Blog do Paulus: Síndrome de Stevens-Johnson e o Olho Seco

Síndrome de Stevens-Johnson e o Olho Seco

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Enquanto isso, boa leitura!

Certo dia, publiquei uma matéria sobre medicamentos que podem prejudicar a visão. Esta matéria teve tanta repercussão que recebi a mensagem de um amigo, Olavo Galvão, me sugerindo uma matéria informativa sobre os danos à visão que a síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) pode provocar e a sua relação com o uso de certos medicamentos.

Fiquei muito interessado pelo assunto, pois cada um em sua atribuição, somos profissionais da visão e toda a informação que possa conscientizar as pessoas é e sempre será bem vinda.

"A síndrome de Stevens-Johnson, também chamada de eritema multiforme maior, faz parte de um conjunto de alterações de pele e mucosas desencadeada por reação de hipersensibilidade...após uso de determinadas drogas (por exemplo, as sulfonamidas, anti-inflamatórios, penicilina, barbitú­ricos, alopurinol e vacinas)"(1)

A síndrome de Stevens-Johnson é considerada rara, de 0,4 a 1,2 casos para cada 1 milhão de pessoas ao ano (2) e atualmente existe uma lista de mais de 100 medicamentos que se usados prolongadamente podem desencadear a síndrome. A cada ano diversos especialistas, desde dentistas, urologistas, dermatologistas e também oftalmologistas apresentam trabalhos sobre seus estudos relacionados ao tratamento da SSJ.

No que diz respeito aos olhos, síndrome de Stevens-Johnson atua na conjuntiva, onde o quadro agudo é de conjuntivite catarral (inchaço e avermelhamento dos olhos) ou mucopurulenta (quadro infeccioso).(3)

"Após o quadro agudo, surgem cicatrizes conjuntivais e olho seco. Nos casos mais graves, podem ocorrer alterações palpebrais(...)e até queratinização corneal, comprometendo a acuidade visual dos pacientes" (4)

Ao longo desses quadros, os pacientes percebem sintomas típicos como fotofobia, dor ocular, secreção, lacrimejamento, irritação e sensação de corpo estranho. Esses sintomas são muito semelhantes a conjuntivite, porém alguns testes, como o de Schirmer podem detectar o olho seco severo, consequência ocular preponderante na síndrome de Stevens-Johnson.

Um estudo clínico da Escola Paulista de Medicina e publicado nos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia(1) em 2010 foi realizado em 7 pacientes portadores da SSJ, com sintomas oculares previamente detectados. Na intenção de reduzir a irritação e a fotofobia, além de manter os olhos lubrificados por mais tempo, proporcionando um bem estar maior aos que sofrem de olho seco, foram adaptadas lentes de contato esclerais nesses pacientes. 

A lente de contato escleral (lente de contato que cobre toda a córnea) é produzida de forma personalizada com diâmetros variando de acordo com as superfícies e características oculares de cada pessoa e adaptada aos olhos de forma artesanal por um protético.

Nessa série de casos de pacientes portadores de sequelas oculares de síndrome de Stevens Johnson, foi destacado no estudo clínico da Escola Paulista de Medicina a alta porcentagem de adaptação bem-sucedida das lentes de contato esclerais, com melhora dos sintomas de irritação ocular, secreção e fotofobia em 85% dos casos.

 Ao final desta matéria, chegamos a conclusão que na eminência do uso prolongado de medicamentos como anti-inflamatórios, antimicrobianos etc, questione seu médico sobre as consequências da utilização desses medicamentos a longo prazo. Pergunte também ao seu médico se existem medicamentos para o mesmo tratamento, porém sem danos a saúde futura.


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Referências:

(1) - Lente de contato escleral na reabilitação ocular de pacientes com síndrome de Stevens-Johnson. Arq. Bras. Oftalmol. vol.73 no.5 São Paulo Sept./Oct. 2010.

(2) - Síndrome de Stevens-Johnson associada ao uso de antimicrobiano. Universidade de Pernambuco. 2008.

(3) - Dantas PE. Conjuntivites cicatriciais. Doenças externas oculares e córnea. Rio de Janeiro: Cultura Medica;1999. p.226-32.

(4) - Gould HL. Therapeutic effect of flush fitting scleral lenses and hydrogel bandage lenses. Int Surg. 1973;58(7):469-72.

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