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Enquanto isso, boa leitura!
O estudo da presbiopia é um dos mais interessantes e intrigantes da fisiologia do olho humano. Escrevo que é intrigante, devido a variedade de teorias sobre os motivos para o surgimento da presbiopia nos indivíduos.
Existem diversas correntes diferentes para explicar este fenômeno, as mais seguidas dizem que a presbiopia está diretamente relacionada a diminuição da elasticidade da cápsula do cristalino, resultando no aplanamento do mesmo, segundo Fischer(1). Essa alteração geométrica, diminui a amplitude de acomodação ao ponto de prejudicar, conforme a evolução da idade, a focalização das curtas distâncias. Weale (2) sugere também que as forças musculares tanto de jovens quanto presbitas produzem a mesma magnitude, reforçando a teoria de que a presbiopia está baseada na alteração geométrica do cristalino, em virtude da perda progressiva de suas propriedades elásticas.
Todos concordam que essas alterações são naturais e ocorrem ao longo do tempo. Justamente o tempo de surgimento da presbiopia é um dos temas mais interessantes e curiosos da atualidade.
Abaixo temos um gráfico que mostra, segundo Duane (3), a redução da amplitude de acomodação conforme o avanço da idade. Podemos perceber que após os 56 anos de idade, as variações de perda de acomodação são mínimas, evidenciando uma estabilização da presbiopia.
Sabe-se que a presbiopia evolui conforme a idade, porém não existe uma correspondência exata entre a idade do indivíduo e o valor da adição prescrita ao mesmo. Na prática, os erros refracionais em visão de longe, influenciam no valor prescrito da adição. No Brasil, 2/3 da população presbita é emetrope na visão de longe, portanto, é comum a prescrição de adições mais baixas se comparadas as prescrições para europeus, por exemplo, que possuem incidência maior de hipermetropia.
Em nosso país, está cada vez mais comum prescrever adições de 0,75 e mais incomum prescrever adições acima de 2,75. Um bom reflexo disso é a venda cada vez maior de blocos de multifocais com adição 0,75 por parte dos laboratórios ópticos, além da crescente demanda desta adição em praticamente todas as lentes multifocais freeform.
Estudos de Hofstetter (4) sugerem um procedimento de prescrição das adições conforme idade. Estudantes e profissionais, para mais informações, podem acessar as literaturas citadas nas referências.
Fiz algumas pesquisas na internet e encontrei um estudo bem interessante sobre a prevalência da idade na presbiopia. O estudo foi realizado numa clínica de oftalmologia chamada "Instituto da Visão Assad Rayes" na cidade de Florianópolis, Santa Catarina (5). A publicação do estudo foi feita no site do próprio instituto e pode ser lida na íntegra, clicando AQUI.
Baseado na leitura deste interessante estudo, gostaria de citar alguns trechos e comentar sobre os mesmos, assim poderemos buscar referências para um estudo abrangente da questão.
Entre os anos de 1996 e 1997, foram examinados 15.052 prontuários de pacientes com idades a partir de 30 anos onde a prevalência da presbiopia, como era de se esperar, foi muito maior nos indivíduos acima de 40 anos da idade, principalmente acima dos 44.
O gráfico abaixo, que consta no estudo acima, mostra a prevalência da presbiopia entre homens e mulheres de diversas idades, com destaque para uma prevalência maior entre as mulheres de todas as idades, além da hegemonia do surgimento da presbiopia nos indivíduos a partir dos 44 anos.
FONTE: INSTITUTO DA VISÃO ASSAD RAYES |
O que mais me chamou a atenção neste estudo foi o grande aumento (842,5%) no surgimento da presbiopia em indivíduos entre 39 e 40 anos de idade, onde segundo a publicação, é reforçado pelo estudo realizado na Califórnia pelos optometristas Carnevali e Southaphanh (6).
Os estudos regionais sobre a amplitude de acomodação da população apontam o crescimento do surgimento da presbiopia entre as idades de 39 e 40 anos, o que provoca o debate sobre a relação entre a presbiopia e os aspectos socioeconômicos atuais. As alterações fisiológicas do cristalino estariam relacionadas ao esforço ocular cada vez mais constante da população, mesmo sabendo que os músculos ciliares não estariam associados (Weale) a este fenômeno? ou em decorrência a outros fatores como alimentação e exposição a radiação UV estariam provocando a discreta precocidade da presbiopia nos dias de hoje?
Apesar de sabermos que a presbiopia está surgindo cada vez mais cedo, muito precisa ser estudado para entender porque isso está acontecendo. Isso nos motiva ainda mais a estudar e pesquisar sobre o assunto e porque não contribuir para esta explicação.
Demonstre sua reação em relação a esse artigo:
Referências:
(1) Fisher RF. Elastic constants of the human lens. J Physiol 1971;212:147-80.
(2) Weale RA. Presbyopia. Br J Ophthalmol 1962;46:660-8.
(3) Duane A. Normal values of the accommodation at all ages. JAMA 1912;59:1010-3.
(4) Hofstetter, H.W.: A survey of practices in prescribing presbyopic adds
(5) https://www.institutoassadrayes.com.br/VerTermo/45
(6) Carnevali T, Southaphanh P. A retrospective study on presbyopia onset and progression in a Hispanic population. Optometry. 2005 Jan;76(1):37-46.
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